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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

TRÂNSITO ÉO QUE MAIS MATA CRIANÇAS ATÉ 15 ANOS

Afogamentos despontam como a segunda causa de morte, identifica estudo da ONG Criança Segura
Acidentes de trânsito e afogamentos são as principais causas de morte no Ceará e no País entre crianças até 15 anos incompletos. O dado é do estudo da organização não-governamental Criança Segura, identificando que a mortalidade nessa faixa etária (10,6 por 100 mil habitantes é a taxa nacional), em muitas situações, poderia ser evitada com prevenção.

Divulgado ontem, o estudo foi feito com base em informações do Ministério da Saúde referentes ao ano de 2007. Mostra, ainda, que os acidentes de trânsito representam a principal causa de morte de crianças e adolescentes no Brasil, onde 5.324 morreram em 2007 vítimas de acidentes de trânsito, seguidos de afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações, acidentes com armas de fogo e outros.

No Ceará, o dado é que a mortalidade de menores de 15 anos por acidentes foi de 9,7 por cem mil habitantes. No Nordeste, o acidente de trânsito predominou em primeiro lugar no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Maranhão, sendo que, nesse último estado, empatou com afogamentos.
Detalhamento
Em âmbito nacional, mostra o estudo, o trânsito representa a principal causa de mortes, com predominância para os atropelamentos ou ocorrências nas quais a criança estava na condição de passageiro.

Para a coordenadora nacional da ONG, Alessandra Françoia, 90% dos casos de acidentes na infância e na adolescência podem ser evitados com a disseminação de informações, mudança de comportamento, políticas públicas que assegurem infraestrutura e ambientes seguros para o lazer, legislação e ações de fiscalização.

Já a diretora de Planejamento do Departamento Estadual do Trânsito (Detran-CE), Lorena Moreira, explica que, nesse segmento da população, o órgão trabalha com duas faixas: até nove e de dez a 12 anos. No Ceará, na primeira faixa, morreram 45 crianças em 2007; 34, em 2008; e 30, em 2009. Na segunda faixa, foram vítimas do trânsito 17 crianças em 2007; 13, em 2008; e 11, em 2009.

"Verificamos a tendência de redução dessas ocorrências", diz ela, lembrando que, em maio de 2008, foi lançada a resolução que regulamentou o transporte correto de criança até 10 anos em veículos. Assim, até um ano, a criança deve ser transportada no bebê conforto; de um a quatro anos, na cadeirinha; de quatro a sete anos e meio, no acento de elevação; de 7,5 a 10, somente com cinto de segurança. Em todas as situações, a criança vai no banco traseiro e com cinto.

De início educativa, a campanha conta com normas que já estão sendo exigidas e fiscalizadas. "A redução dos acidentes com óbitos decorre dessas campanhas educativas", frisa Lorena Moreira, esclarecendo que a observância da legislação reduz em até 70% o número de acidentes de trânsito.

Embora tenha ressaltado não conhecer as fontes utilizadas pela ONG, a coordenadora da Comissão de Prevenção e Atendimento aos Maus-Tratos contra Crianças e Adolescentes do Instituto Dr. José Frota (IJF), a pediatra Francielze Lavor, afirma que os registros nesse hospital "diferem um pouco dos apresentados". Segundo ela, chegam ao IJF com maior frequência casos de acidentes envolvendo quedas da própria altura ou de altura superior à da criança, por exemplo, do primeiro pavimento de uma edificação ou mesmo de bicicletas. "É preciso uma maior vigilância por parte dos pais", avalia ela, adiantando que a diferença entre os registros do Frotão e os do ranking da ONG "talvez ocorra porque os casos fatais de afogamentos, muitas vezes, nem chegam ao hospital", adianta.

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